O pedido de aprofundamento das investigações ao Supremo foi feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. No mês passado, Bolsonaro, Cid e mais 15 acusados foram indiciados pela PF. Após o indiciamento, o inquérito foi encaminhado para a PGR decidir se será oferecida uma denúncia contra o ex-presidente e os demais investigados.
Gonet ressaltou a importância de diligências adicionais para aprofundar a investigação, como a obtenção de laudos periciais em celulares e computadores apreendidos, bem como informações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O procurador destacou a relevância de esclarecer se Bolsonaro e demais membros da comitiva presidencial apresentaram certificados de vacinação ao entrar nos EUA.
Segundo as investigações, a fraude para inclusão de informações falsas no sistema do Ministério da Saúde tinha o intuito de facilitar a permanência de Bolsonaro nos Estados Unidos, país que adotava medidas sanitárias rigorosas contra estrangeiros não vacinados contra a covid-19. A viagem de Bolsonaro para os EUA ocorreu um dia antes do término de seu mandato, em 30 de dezembro de 2022, enquanto os episódios de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília aconteceram dias depois, em 8 de janeiro de 2023.
A autorização para o aprofundamento das investigações levanta questões sobre a conduta do ex-presidente e membros de sua comitiva, destacando a importância de esclarecer fatos que possam estar relacionados à fraude nos certificados de vacinação. Este desdobramento certamente terá reflexos tanto no âmbito jurídico quanto político, representando mais um capítulo relevante no cenário nacional.