O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), destacou a importância da prorrogação das cotas raciais, argumentando que o racismo ainda é uma realidade na sociedade brasileira. Ele ressaltou que, apesar do aumento da representação de negros na administração pública, a presença deles ainda é baixa, com apenas 40% na atualidade.
Segundo dados do Observatório do Pessoal do Governo Federal, a presença de negros nas carreiras de nível superior é de apenas 27,5%, e entre juízes, o percentual é de 14,5%. Diante desse cenário, Humberto Costa defendeu a necessidade de manter as cotas raciais para garantir maior representatividade e combater a discriminação.
No entanto, o projeto foi alvo de críticas por parte de senadores da oposição, como Rogério Marinho (PL-RN) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que argumentaram que as cotas deveriam ser exclusivamente sociais e provisórias. Eles ressaltaram a importância da meritocracia e do aprimoramento do sistema educacional como forma de garantir igualdade de oportunidades.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) rebateu essas críticas, ressaltando que a cota racial só será aplicada para quem for aprovado no concurso público, garantindo a qualidade dos serviços prestados à população. Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) argumentou que as cotas raciais podem gerar divisão na sociedade ao admitir a discriminação racial como forma de atingir objetivos políticos.
O projeto ainda deverá passar por uma votação suplementar na CCJ do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados. Apesar das críticas, o relator Humberto Costa destacou a importância de prorrogar as cotas raciais para promover a diversidade e combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.