BRASIL – Biofábrica Wolbachia é inaugurada em Belo Horizonte para ampliar produção de tecnologia no combate à dengue e outras arboviroses.

O Ministério da Saúde em parceria com o governo de Minas Gerais inaugurou nesta segunda-feira (29) a Biofábrica Wolbachia, em Belo Horizonte. Sob a gestão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a unidade representa um avanço significativo no combate à dengue e outras arboviroses no Brasil.

A técnica da Wolbachia consiste na inserção da bactéria em ovos do mosquito Aedes Aegypti em laboratório. Os mosquitos resultantes, conhecidos como Wolbitos, tornam-se portadores da bactéria e são incapazes de transmitir os vírus responsáveis pela dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Dessa forma, ao se reproduzirem, contribuem para reduzir a transmissão dessas doenças para humanos.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, ressaltou a importância da expansão da Biofábrica para outros municípios de Minas Gerais e posteriormente para todo o Brasil. O plano de expansão inclui a abertura de novas biofábricas em locais estratégicos, como Ceará e Paraná, visando substituir a população de mosquitos não infectados pela Wolbachia.

O método Wolbachia foi implementado como projeto piloto em Niterói, no Rio de Janeiro, em 2015. Após cobrir 100% do território municipal, os resultados foram expressivos: houve uma redução de aproximadamente 70% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika. A eficácia do método foi evidenciada pela diminuição progressiva de casos de dengue na cidade ao longo dos anos.

Espera-se que o método Wolbachia seja expandido para mais seis cidades ainda este ano, como Natal, Uberlândia, Presidente Prudente, Londrina, Foz do Iguaçu e Joinville. Embora a tecnologia não traga resultados imediatos, é uma ferramenta importante que, aliada a outras ações de combate ao Aedes Aegypti, pode contribuir significativamente para a redução das arboviroses.

Apesar dos avanços, algumas cidades enfrentam desafios na implementação do método, como o caso do Rio de Janeiro, que declarou situação de emergência devido ao aumento de internações por suspeita de dengue. A situação na capital carioca difere de Niterói, onde o Wolbito foi liberado em toda a cidade e obteve resultados positivos no combate às doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.

Botão Voltar ao topo