BRASIL – Aumento de mortes por policiais militares em São Paulo preocupa autoridades e levanta questionamentos sobre letalidade policial.

No primeiro trimestre deste ano, dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo apontam um alarmante aumento no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado. De acordo com o boletim divulgado na última segunda-feira (29), o total de 179 casos nos primeiros três meses de 2024 representa um crescimento de 138% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 75 mortes.

Questionada sobre as razões por trás desse aumento, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) explicou em nota que tem investido constantemente na capacitação dos policiais, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e na implementação de políticas públicas voltadas para a redução da letalidade policial. Além disso, a SSP destaca a atualização contínua dos programas de formação do efetivo, a designação de comissões especializadas para analisar e aprimorar os procedimentos, bem como revisar os treinamentos e a estrutura das investigações.

A instituição ressalta ainda que as forças de segurança do estado atuam dentro dos limites de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos. Segundo a SSP, as Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP) são consequência da reação de criminosos contra a ação policial, enfatizando que a decisão pelo confronto parte sempre do suspeito, colocando em risco tanto a vida dos policiais quanto a da população em geral.

Todas as ocorrências envolvendo mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário, além das Corregedorias estarem disponíveis para apurar quaisquer denúncias contra os agentes.

As operações policiais na Baixada Santista, como as Operações Escudo e Verão, foram destaque devido aos números expressivos de mortes. No ano passado, a Operação Escudo resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias, enquanto a Operação Verão deste ano já contabiliza 56 mortes desde fevereiro. No entanto, levantamentos feitos pelo Instituto Sou da Paz apontam que tais operações não contribuíram para a redução da criminalidade violenta na região e ainda colocaram em risco a vida dos policiais e violaram os direitos das populações periféricas.

Botão Voltar ao topo