A operação, chamada de Eraha Tapiro, cujo significado em Asurini do Xingu é “levar boi”, foi realizada em cumprimento a uma decisão da Justiça Federal de 2022, que determinou a proteção do território onde há registro de indígenas isolados do Igarapé Ipiaçava. A medida também exigiu a renovação do processo de interdição da área, a fim de preservar as condições de sobrevivência dos isolados.
Apesar de a reserva Ituna-Itatá ter restrições de uso desde 2011, limitando o acesso e a permanência na área apenas para proteção e fiscalização de órgãos indigenistas, a TI foi uma das mais desmatadas no Brasil entre 2011 e 2021, com um alto índice de desmatamento em 2019. De acordo com o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), a área registrou grandes impactos ambientais ao longo dos anos.
A Justiça também determinou que a Funai publicasse o processo de interdição, e as operações de desintrusão só foram efetivamente realizadas em 2023, devido a complicações decorrentes de uma nota publicada pelo órgão em 2022. Para reverter esses problemas, a atual gestão da Funai emitiu uma nova nota esclarecendo a importância da interdição da área e o reconhecimento judicial da necessidade de proteção dos indígenas isolados em Ituna-Itatá.
Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na região por mais 90 dias, em apoio à Funai e em coordenação com os órgãos de segurança do Estado do Pará. Essa ação visa garantir a proteção da Terra Indígena e dos povos isolados que lá residem, contribuindo para a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais da região.