BRASIL – STF decide que Ministério Público deve investigar mortes por armas de fogo em operações policiais, impactando ações de agentes de segurança.

O Supremo Tribunal Federal (STF) promulgou, nesta quinta-feira (2), uma decisão que terá repercussões significativas no que diz respeito às investigações sobre a atuação de agentes de segurança pública em incidentes envolvendo armas de fogo que resultam em mortes e ferimentos. A Corte determinou que cabe ao Ministério Público a avaliação da abertura de investigações para apurar tais casos, incluindo mortes decorrentes de balas perdidas em operações policiais.

A decisão dos ministros reforça o papel do MP como órgão responsável pelo controle da atividade policial, e destaca a importância da atuação dos promotores na necessidade de abertura de investigações próprias para esclarecer as circunstâncias dessas ocorrências. De acordo com a Constituição, o MP já tem o poder de exercer esse controle, mas a decisão do STF reforçou essa prerrogativa.

Durante o julgamento, os ministros também estabeleceram limites para as investigações realizadas pelo MP, determinando que tais procedimentos sigam os prazos estabelecidos para inquéritos policiais e possam ser prorrogados mediante autorização judicial. Além disso, garantiu-se aos promotores a possibilidade de solicitar perícias, fortalecendo o poder de investigação do MP em casos que envolvem agentes de segurança.

A decisão do STF surgiu a partir de ações propostas pelo PL e entidades que representam delegados de polícia, que questionaram dispositivos do Estatuto do Ministério Público da União e da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. Essas normas conferem ao MP a autorização para a realização de diligências investigatórias.

Esta não é a primeira vez que o STF se posiciona sobre questões relacionadas às operações policiais. Em 2021, a Corte determinou medidas para restringir tais operações no Rio de Janeiro, visando conter mortes de moradores de comunidades. Entre as determinações estão a limitação do uso de helicópteros, a preservação de vestígios de crimes e a proibição do uso de escolas e unidades de saúde como bases operacionais das polícias militar e civil, além da obrigatoriedade de comunicação prévia ao MP sobre as operações.

Diante dessas decisões, o cenário das operações policiais e das investigações sobre agentes de segurança pública passam a ter contornos mais claros e reforçados pelo STF, demonstrando a importância da garantia de transparência e responsabilização em casos de ocorrências envolvendo armas de fogo.

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