BRASIL – Toffoli suspende multa da União ao Rio de Janeiro por inadimplência no Regime de Recuperação Fiscal e autoriza pagamento de parcelas atrasadas.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão relevante nesta segunda-feira (6) ao suspender a multa aplicada pela União ao estado do Rio de Janeiro por inadimplência no pagamento das parcelas da dívida oriunda do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), firmado em 2021. Essa media polêmica suspendeu o aumento de 30 pontos percentuais na dívida e permitiu que o governo fluminense efetue o pagamento das parcelas atrasadas do ano de 2023 sem sofrer penalidades.

Apesar de conceder essa suspensão favorável ao estado do Rio, o ministro Toffoli negou o pedido de suspensão do pagamento da dívida. O déficit orçamentário previsto para o estado em 2024 é de R$ 8,5 bilhões, o que evidencia a delicada situação financeira pela qual ele passa.

Toffoli justificou sua decisão ao afirmar que seria prematuro suspender os pagamentos sem que haja uma repactuação da dívida pública entre a União Federal e as autoridades fazendárias. Isso poderia gerar insegurança jurídica e agravar ainda mais a insolvabilidade reconhecida do estado.

O Regime de Recuperação Fiscal, instituído pela Lei Complementar 159 de 2017, oferece benefícios para estados em desequilíbrio fiscal, como flexibilização de regras fiscais e a possibilidade de suspensão do pagamento da dívida. No entanto, exige que esses entes federativos adotem reformas institucionais para reestruturar seu equilíbrio fiscal.

O estado do Rio de Janeiro solicitou participação nesse regime desde 2017 e, mesmo após a criação de um novo RRF em 2021, teve seu plano de adesão aprovado apenas em junho do ano passado. Com esse novo plano, o estado terá até 2031 para quitar suas dívidas com a União, estendendo o prazo de recuperação financeira.

Essa decisão do ministro Toffoli traz um alívio para o governo do Rio de Janeiro diante de sua difícil situação econômica, mas também reflete a complexidade e desafios enfrentados pelos estados para alcançar a estabilidade financeira.

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