Produtos como os derivados de leite e o arroz estão entre os mais suscetíveis a terem seus preços afetados, conforme aponta a Fecomercio. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país, e mesmo com mais de 80% da safra já colhida, ainda não se sabe ao certo o impacto das chuvas nos estoques e na parcela restante da produção.
Além disso, as inundações e os danos na infraestrutura do estado podem prejudicar a logística de transporte de alimentos como o arroz e as frutas tradicionais da região, como uva, pêssego e maçã. A criação de gado para produção de leite também está sendo afetada, com perdas de vacas, pasto e qualidade da água devido às condições climáticas adversas.
A Fecomercio destaca que além dos prejuízos na produção de alimentos, as chuvas podem causar danos sistêmicos, comparáveis até mesmo ao impacto financeiro provocado pelo desastre de Brumadinho. A tragédia no estado de Minas Gerais resultou em uma queda de 0,2% no Produto Interno Brasileiro em 2019, representando mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No entanto, no caso do Rio Grande do Sul, os danos podem ser ainda mais significativos para a economia nacional.
Enquanto isso, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul já registrou 100 mortes decorrentes das chuvas, além de afetar 1,45 milhão de pessoas em 417 municípios e deixar 66,7 mil pessoas desabrigadas. Os prejuízos causados pelas fortes chuvas no estado são evidentes e preocupantes, tanto no aspecto humano quanto econômico.