BRASIL – Retomada do projeto da Usina Nuclear Angra 3 sinaliza início de obras no segundo semestre deste ano, no Rio de Janeiro

No segundo semestre deste ano, a retomada do projeto de construção da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, está prevista para começar a tomar forma. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, afirmou que em julho o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve entregar um estudo abrangente que inclui modelagem econômico-financeira, orçamentação e aspectos jurídicos do projeto.

A consulta pública para estruturação do processo teve início em março e visa a elaboração do edital de licitação e contrato de serviços para a construção da usina. Lycurgo explicou que essa etapa não é a licitação em si, mas sim uma oportunidade para ajustes e críticas construtivas. Após a validação da documentação pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ela será enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE) para aprovação da modelagem e tarifa.

A previsão é que até setembro de 2024 essas etapas estejam concluídas, com a licitação pública ocorrendo até o primeiro semestre de 2025 e as obras sendo retomadas ainda neste ano. A estimativa é que Angra 3 esteja concluída e operacional até 2030, trazendo benefícios como geração de empregos e renda.

Quanto aos investimentos, o presidente da Eletronuclear não mencionou números específicos, deixando a responsabilidade para o BNDES. No entanto, em julho de 2021, o então presidente da empresa informou que cerca de R$ 7,8 bilhões já haviam sido investidos no projeto e eram necessários mais R$ 20 bilhões para a conclusão até 2029.

Lycurgo ressaltou que o foco atual é Angra 3 e que discutir a construção de novas usinas nucleares pode ser considerado no futuro. Ele destacou a importância de concluir o empreendimento para evitar prejuízos e custos adicionais. A Eletronuclear ainda tem R$ 6 bilhões a pagar em financiamentos e já investiu mais de R$ 10 bilhões no projeto recentemente.

A preocupação com os custos operacionais e o impacto no pessoal contratado desde 2010 é evidente, com mais de 400 novas contratações feitas em 2022. A conservação de 11,5 mil equipamentos também demanda investimento, reforçando a necessidade de avançar no projeto de Angra 3.

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