O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) alega que o método adotado retira a autonomia dos professores, levando-os a se sentirem limitados em suas práticas pedagógicas. Por conta disso, convocaram os profissionais a não utilizarem as plataformas ao longo da próxima semana. No entanto, é importante destacar que o sistema registra se o material foi utilizado em sala de aula ou não, sendo os acessos à plataforma um dos critérios avaliados para escolas e profissionais.
O presidente da Apeoesp, Fábio Moraes, criticou o sistema, alegando que padronizar uma rede de ensino do tamanho do estado de São Paulo, com sua diversidade e especificidades, não é viável. Ele defende que as plataformas digitais limitam a criatividade dos professores, acabando por prejudicar a qualidade do ensino oferecido aos alunos. Além disso, Moraes ressaltou que a plataforma impede que os professores busquem diferentes abordagens para os conteúdos em sala de aula.
Um dos pontos levantados pelo sindicalista é a falta de autonomia dos professores em escolher o material didático mais adequado para suas aulas. Ele destacou que a plataforma de ensino impôs o abandono dos livros didáticos, o que vai de encontro à liberdade de cátedra dos educadores.
A qualidade do material didático oferecido também é motivo de preocupação para os professores. Em 2023, o governo de São Paulo chegou a anunciar que deixaria de participar do Programa Nacional de Livros Didáticos, optando por fornecer apenas material digital aos alunos. No entanto, após críticas e erros identificados no material, o governo voltou atrás em sua decisão.
Diante deste cenário, a Secretaria de Educação do Estado anunciou que utilizará ferramentas de inteligência artificial para a elaboração do material didático deste ano, buscando aprimorar as aulas já existentes na rede estadual. A controvérsia em torno do uso das plataformas digitais nas escolas promete continuar gerando debates e reflexões acerca do ensino público em São Paulo.