BRASIL – Bancos recebem R$ 8,3 bi para manter liquidez em municípios em calamidade pública no RS, decide CMN em reunião extraordinária

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nesta segunda-feira (13) liberar um montante de R$ 8,3 bilhões para os bancos que possuem mais de 10% da carteira de crédito emprestada a municípios em calamidade pública no Rio Grande do Sul. Essa medida visa garantir a liquidez dessas instituições financeiras e evitar que a concessão de crédito seja prejudicada devido aos eventos climáticos no estado.

A injeção de recursos está prevista para chegar em 27 de maio e será realizada através da liberação, por um ano, do compulsório da caderneta de poupança. Os compulsórios são recursos que os bancos são obrigados a deixar parados no Banco Central, e a liberação desse dinheiro tem o objetivo de auxiliar as instituições mais expostas a operações de crédito com o Rio Grande do Sul.

Além disso, outras medidas foram aprovadas pelo CMN em colaboração com o Banco Central para amenizar os efeitos econômicos das enchentes. Os bancos que renegociarem operações de crédito afetadas pelas enchentes não terão que registrar essas renegociações como “ativos problemáticos”. Isso evita que as instituições tenham que aumentar o provisionamento e a exigência de capital mínimo para emprestar, o que poderia comprometer a oferta de crédito a pessoas físicas e empresas afetadas.

Uma outra medida adotada foi permitir que as vistorias técnicas para o pagamento de indenizações aos produtores rurais pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) sejam feitas de forma remota, utilizando sensoriamento remoto e parâmetros da produtividade agropecuária dos municípios. Essa mudança visa acelerar o desembolso aos produtores rurais afetados pelo desastre climático.

O Banco Central informou que continuará monitorando o funcionamento da intermediação financeira no Rio Grande do Sul e poderá adotar medidas adicionais para manter a eficiência e a solidez do sistema financeiro no estado. A prioridade é garantir a continuidade das operações bancárias e o acesso ao crédito para aqueles que mais necessitam nesse momento de crise.

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