BRASIL – Cúpula do BC dissipa desconfianças e mantém tom técnico na ata da última reunião do Copom, avalia ministro da Fazenda

A divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) gerou repercussão no mercado financeiro e na política econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou o documento como técnico e adequado, destacando que o tom da ata dissipou a desconfiança de uma possível divisão política entre os diretores do Banco Central (BC).

Em relação à decisão do Copom de reduzir a Taxa Selic em apenas 0,25 ponto percentual, Haddad ressaltou que as duas posições técnicas apresentadas (corte de 0,5 ponto ou 0,25 ponto percentual) foram devidamente defendidas no documento. Ele defendeu ainda que o BC deve mirar o centro da meta oficial de inflação, estabelecida em 3,5% para o ano, e que a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual só deve ser utilizada em situações excepcionais.

O destaque da reunião foi a não unanimidade na decisão do corte dos juros, com cinco votos a favor do corte de 0,25 ponto e quatro votos a favor do corte de 0,5 ponto percentual. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi o responsável por desempatar a votação, optando pelo corte de 0,25 ponto.

Na ata, o principal ponto de divergência entre os diretores foi o impacto sobre a credibilidade da autoridade monetária ao descumprir os comunicados anteriores que indicavam um corte de 0,5 ponto na reunião. Mesmo com as divergências, os diretores concordaram na necessidade de uma política monetária contracionista e demonstraram preocupação com o crescimento das expectativas de inflação, o cenário internacional adverso e possíveis impactos do aquecimento do mercado de trabalho sobre os preços.

Em suma, a ata da última reunião do Copom sinalizou os debates e as argumentações técnicas em torno da decisão de corte da Taxa Selic, evidenciando a importância da manutenção da estabilidade econômica e do controle inflacionário. A transparência e a clareza do documento foram elogiadas pelo ministro da Fazenda, contribuindo para dissipar as tensões do mercado em relação à política monetária do país.

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