BRASIL – Ministro do STF concede liberdade provisória a coronel acusado de omissão durante invasão em Brasília em 2023

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão importante esta semana ao conceder liberdade provisória ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, antigo comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) durante os eventos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. Naime estava detido desde fevereiro do ano anterior, sob suspeita de não ter cumprido seus deveres funcionais durante os atos golpistas.

A libertação do coronel foi baseada no argumento de que, por ter passado para a reserva da PMDF, ele não representa mais risco à apuração do caso e não tem mais ingerência nos assuntos da corporação. Essa mesma interpretação levou à soltura de outros quatro coronéis também envolvidos no episódio.

Mesmo com a decisão favorável, Naime terá que cumprir algumas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair do Distrito Federal, comparecimento semanal em juízo, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além da proibição de usar redes sociais e a suspensão de eventuais autorizações para o porte de armas.

Além disso, o coronel não poderá comparecer a uma importante cerimônia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em que seu filho receberá a carteira de advogado, devido à coincidência com uma audiência de instrução marcada pelo ministro Moraes.

As acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) são sérias, incluindo crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e violação dos deveres funcionais. A PGR alega que Naime conspirou juntamente com outros denunciados em favor de um levante popular pró-Bolsonaro e permitiu deliberadamente os crimes cometidos pelos vândalos em janeiro de 2023.

A defesa do coronel, por sua vez, nega as acusações e argumenta que a PGR não conseguiu demonstrar claramente as condutas criminosas atribuídas a Naime e aos demais envolvidos.

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