BRASIL – MPF denuncia agentes por participação na execução de Carlos Marighella em operação policial na zona oeste de São Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu dar continuidade a um caso que remonta ao período da ditadura militar no Brasil. Cinco pessoas foram denunciadas por sua participação na execução de Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ANL), em novembro de 1969. O guerrilheiro foi morto em uma operação policial na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo, comandada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, conhecido agente da repressão da época.

Os agentes da repressão envolvidos na operação que resultou na morte de Marighella – Amador Navarro Parra, Djalma Oliveira da Silva, Luiz Antônio Mariano e Walter Francisco – foram denunciados, assim como o legista Harry Shiabata. De acordo com as investigações do MPF, o laudo do médico foi manipulado para ocultar as evidências de que Marighella fora executado. Os policiais alegaram que o guerrilheiro havia sido morto em um tiroteio, porém a análise dos ferimentos indicou que a morte foi resultado de um disparo à queima-roupa.

Para o procurador Andrey Borges de Mendonça, autor da denúncia, a intenção da repressão desde o início era matar Marighella e não prendê-lo com vida. O MPF argumenta que a morte do guerrilheiro é um reflexo da perseguição sistemática promovida pelo Estado brasileiro contra a população civil naquela época. O procurador enfatiza que crimes contra a humanidade não podem ser anistiados nem prescritos, levando em consideração as condenações anteriores do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Dessa forma, o MPF reforça a necessidade de investigar e responsabilizar os envolvidos em assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados ocorridos durante o regime militar no Brasil. A denúncia contra essas cinco pessoas envolvidas na execução de Marighella representa mais um passo em direção à justiça e à memória das vítimas desse período sombrio da história brasileira.

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