Os agentes da repressão envolvidos na operação que resultou na morte de Marighella – Amador Navarro Parra, Djalma Oliveira da Silva, Luiz Antônio Mariano e Walter Francisco – foram denunciados, assim como o legista Harry Shiabata. De acordo com as investigações do MPF, o laudo do médico foi manipulado para ocultar as evidências de que Marighella fora executado. Os policiais alegaram que o guerrilheiro havia sido morto em um tiroteio, porém a análise dos ferimentos indicou que a morte foi resultado de um disparo à queima-roupa.
Para o procurador Andrey Borges de Mendonça, autor da denúncia, a intenção da repressão desde o início era matar Marighella e não prendê-lo com vida. O MPF argumenta que a morte do guerrilheiro é um reflexo da perseguição sistemática promovida pelo Estado brasileiro contra a população civil naquela época. O procurador enfatiza que crimes contra a humanidade não podem ser anistiados nem prescritos, levando em consideração as condenações anteriores do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Dessa forma, o MPF reforça a necessidade de investigar e responsabilizar os envolvidos em assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados ocorridos durante o regime militar no Brasil. A denúncia contra essas cinco pessoas envolvidas na execução de Marighella representa mais um passo em direção à justiça e à memória das vítimas desse período sombrio da história brasileira.