BRASIL – Conselho de Ética arquiva representação preliminar contra Delegado Da Cunha por agressão à ex-companheira em meio a polêmica.

Em uma decisão polêmica, o Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 votos a 5, o arquivamento da representação preliminar contra o deputado Delegado Da Cunha (PP-SP). A representação foi feita pelo PSOL após a divulgação de uma matéria jornalística que mostrava agressões do parlamentar contra sua ex-companheira, Betina Grusieck.

Os fatos que culminaram nessa decisão polêmica ocorreram em 14 de outubro de 2023, quando Betina afirmou em depoimento à polícia que Da Cunha a agrediu e tentou sufocá-la. Alegando legítima defesa, Betina usou um secador de cabelo para se defender do deputado. O Ministério Público concluiu que a ação de Betina se enquadrou nesse contexto.

Após a repercussão do caso, Da Cunha entrou em contato com a mãe de Betina pedindo para não divulgar um vídeo que continha imagens das agressões. Em uma mensagem, o deputado teria dito que a publicação do vídeo poderia prejudicar irreversivelmente sua carreira política.

O relator do processo, deputado Albuquerque (Republicanos-RR), concluiu que não houve quebra de decoro parlamentar por parte de Da Cunha. No entanto, ele ressaltou que aguardará o desfecho da ação penal contra o deputado para avaliar se haverá consequências no âmbito ético.

Enquanto a maioria votou pelo arquivamento da representação, alguns parlamentares, como Josenildo (PDT-AP) e as deputadas Jack Rocha (PT-ES) e Ana Paula Lima (PT-SC), pediram o prosseguimento das investigações. Para eles, a violência física é resultado de diversos episódios de violência psicológica que não devem ser negligenciados.

Por outro lado, o deputado Alexandre Leite (União-SP) defendeu o arquivamento, classificando as agressões como um “desentendimento doméstico”. Ele ressaltou a dificuldade de avaliar casos de violência doméstica, até mesmo para delegados de polícia.

O debate sobre a ética parlamentar e a responsabilidade dos representantes públicos em casos de violência doméstica continua a gerar controvérsias na Câmara dos Deputados, evidenciando a importância do tema na agenda política do país.

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