BRASIL – Empresas ignoram riscos e obrigam funcionários a trabalhar em áreas alagadas no Rio Grande do Sul, denuncia Ministério Público do Trabalho.

No estado do Rio Grande do Sul, mesmo com diversas cidades debaixo d’água devido às enchentes, algumas empresas têm insistido em manter seus funcionários trabalhando em áreas alagadas, desrespeitando as condições de segurança e bem-estar dos trabalhadores.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu mais de 90 denúncias de violações trabalhistas relacionadas às enchentes que assolaram a região desde o final de abril. Os relatos de irregularidades partiram de sindicatos e trabalhadores de setores como o comércio, a indústria e os serviços.

Entre as violações mais recorrentes apontadas nas denúncias estão a exigência de que os empregados se desloquem para locais de trabalho em situações de risco ou em condições precárias. O coordenador do Grupo de Trabalho Desastre Climático da Procuradoria do Trabalho da 4ª Região, o procurador Luiz Alessandro Machado, ressaltou os perigos em que esses trabalhadores estão sendo expostos.

Segundo Machado, há áreas onde a Defesa Civil recomenda que a população não permaneça devido ao risco de desabamentos, deslizamentos e afogamentos, entre outros perigos. Nesses locais, nenhuma empresa deveria estar operando, priorizando o bom senso e a segurança dos trabalhadores. O procurador também destacou que os trabalhadores afetados pelas enchentes têm o direito de solicitar um atestado municipal para justificar faltas no trabalho, especialmente se estiverem em abrigos e impossibilitados de chegar até a empresa.

Além disso, com o atestado de acidente decorrente das enchentes, os empregados podem acionar medidas trabalhistas de enfrentamento à situação de calamidade pública. As denúncias de irregularidades podem ser feitas através do site do Ministério Público do Trabalho.

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