Desde então, as mineradoras reconheceram 19 mortes relacionadas ao desastre. Uma mulher que perdeu o filho que estava em seu ventre devido à lama busca na Justiça o reconhecimento dessa tragédia como a 20ª vítima. A condenação das empresas foi estabelecida em janeiro deste ano pelo juiz federal Vinícius Cobucci, determinando que o valor deveria ser direcionado exclusivamente para as áreas impactadas, embora as mineradoras tenham recorrido da decisão.
O pedido de execução feito pelo MPF, divulgado na sexta-feira, também foi subscrito pelos ministérios públicos e defensorias públicas de Minas Gerais e Espírito Santos. Eles argumentam que, com as atualizações monetárias, o valor a ser pago pelas mineradoras pode chegar a quase R$ 100 bilhões.
O MPF e demais autores do pedido ressaltam a urgência em considerar o longo período de desamparo vivido pela comunidade afetada, refletindo em perdas físicas, de trabalho, relacionais e até mesmo na fauna e flora locais. Para eles, a responsabilidade civil das empresas pela tragédia não está em discussão, mas sim a extensão dos danos e os valores que devem ser pagos como compensação.
Além disso, foi feita uma nova solicitação para que sejam proferidas sentenças referentes aos danos individuais, envolvendo direitos homogêneos das vítimas. O juiz Vinícius Cobucci já havia negado um pedido anterior em janeiro, alegando a falta de categorização dos grupos atingidos e ausência de provas sobre a relação entre a tragédia e os danos.
Toda essa situação ocorre em meio a negociações extrajudiciais para uma repactuação do processo reparatório, que envolve os governos, instituições de Justiça e as mineradoras. A luta por um acordo que atenda às necessidades das vítimas e que possibilite a recuperação das áreas afetadas ainda é um desafio a ser superado, enquanto as partes envolvidas buscam a melhor solução para um dos maiores desastres ambientais do país.