A proposta, apresentada pela primeira vez em fevereiro durante a reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 em São Paulo, tem como objetivo beneficiar a humanidade de forma inédita, segundo Haddad. Até agora, países como França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica já expressaram apoio direto à proposta brasileira. A expectativa é que um acordo sobre a taxação dos super-ricos seja alcançado até novembro, conforme afirmou o ministro.
O economista francês Gabriel Zucman, um dos autores da ideia, informou que a taxação dos super-ricos afetaria apenas cerca de 3 mil indivíduos em todo o mundo, mas teria potencial para arrecadar cerca de US$ 250 bilhões por ano. No Brasil, um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made/USP) apontou que a taxação de 2% sobre a renda dos 0,2% mais ricos do país poderia arrecadar R$ 41,9 bilhões anualmente. Esse montante representaria um aumento significativo no orçamento de áreas como Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
Haddad destacou a importância de ampliar as discussões em torno do tema e envolver representantes políticos e da sociedade civil de todo o planeta. Segundo ele, as propostas debatidas no Simpósio de Tributação Internacional do G20 estão ganhando destaque na agenda global e devem continuar sendo discutidas e aprimoradas no futuro. A taxação dos super-ricos, que surgiu como uma iniciativa disruptiva, está sendo vista como um caminho para promover maior justiça fiscal e social em escala mundial.