O Cadastro Único de Programas Sociais, utilizado como indicativo de populações em vulnerabilidade e para quantificar os repasses do governo federal aos municípios, tem sido uma ferramenta importante para identificar essa realidade. O aumento no número de pessoas em situação de rua reflete a falta de políticas públicas estruturantes voltadas para essa população, como moradia, trabalho e educação, de acordo com o coordenador do observatório, André Dias.
No entanto, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo contesta os dados do observatório, alegando que o Cadastro Único é cumulativo e autodeclaratório, não refletindo a realidade da cidade. Segundo a secretaria, o censo municipal de 2021 apontou que havia 31,8 mil pessoas em situação de rua na capital paulista.
Apesar da controvérsia, a prefeitura de São Paulo vem melhorando a taxa de atualização do Cadastro Único, alcançando 78% em abril. A cidade também possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 25 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, distribuídas em diversos tipos de equipamentos sociais.
A falta de um censo nacional específico para contabilizar a população em situação de rua torna o Cadastro Único ainda mais relevante. O coordenador do observatório ressalta a importância dessa base de dados, reforçando a seriedade e consistência das informações registradas. A discussão sobre políticas públicas eficazes para atender a população em situação de rua continua sendo um desafio que exige ações concretas e comprometimento das autoridades responsáveis.