Os membros da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, cujas identidades não foram reveladas, foram os responsáveis por compartilhar a informação de que um dique teria rompido e as águas invadiriam o bairro Mathias Velho. Essa divulgação acabou gerando pânico entre os residentes da região.
De acordo com o Exército, os militares ouviram de terceiros a notícia do rompimento do dique, porém não checaram a veracidade da informação antes de propagá-la. A Força emitiu uma nota através do Comando Militar do Sul informando que a situação foi resultado de um erro grave de procedimento.
Medidas administrativas foram adotadas para investigar os fatos com rigor e os militares envolvidos foram afastados de suas funções durante o processo. O Exército expressou solidariedade aos moradores que foram erroneamente informados e pediu desculpas pelo ocorrido.
O cenário catastrófico causado pelas chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul desde o final de abril resultou em 169 mortes e afetou mais de 2,34 milhões de gaúchos em 469 municípios. A cidade de Canoas registrou 27 óbitos e decretou situação de calamidade pública em 6 de maio.
Diante da catástrofe, as fake news se disseminaram, dificultando as ações de resgate e assistência às vítimas. Muitas dessas informações falsas visavam desacreditar as ações do Poder Público, incluindo governos federal e estadual, com propagação de teorias conspiratórias com motivações políticas.
Esforços estão sendo feitos para combater a desinformação, como acordos entre a AGU e plataformas de redes sociais para remover conteúdos desinformativos sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. A disseminação de fake news em períodos de desastres é favorecida pela quebra da normalidade e pelas incertezas geradas. As redes sociais se tornam um terreno fértil para a desinformação, conforme apontado por pesquisadores.