Rodrigo Ferreira mentiu ao acusar o miliciano Orlando Curicica de ter planejado o assassinato em conluio com o então vereador Marcello Siciliano, segundo um relatório da PF. Já a advogada Camila Nogueira foi condenada por ter incentivado Ferreirinha a prestar informações falsas, cientes de sua inveracidade.
A investigação da PF revelou que Ferreirinha havia sido segurança de Curicica e temia por sua vida após romper com a milícia liderada por ele. Em seus depoimentos à polícia, ambos admitiram a fabricação das falsas informações, mas perante a Justiça negaram os crimes atribuídos a eles.
O processo corre em segredo de Justiça, porém a informação sobre as condenações foi confirmada pela TV Brasil. Até o momento, as defesas do ex-policial militar e da advogada não foram localizadas para comentar o caso.
A investigação do assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em 2018, está em andamento desde então. Recentemente, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, sob a suspeita de serem os mandantes do crime.
Outros suspeitos de envolvimento no caso, como Ronnie Lessa, autor dos disparos, e Élcio Queiroz, responsável pela direção do veículo usado no crime, também estão detidos. Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel, e Edilson Barbosa dos Santos, apelidado de Orelha, também foram presos por suposto envolvimento com as milícias.
O desenrolar desse caso complexo vem revelando detalhes sinistros e conexões obscuras, e a condenação de Rodrigo Ferreira e Camila Nogueira por obstrução de Justiça é apenas mais um capítulo nessa trama de violência e corrupção que chocou o país.