Para a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a depreciação acelerada é uma demanda antiga do setor industrial e trará benefícios como a antecipação da restituição de Imposto de Renda e mais competitividade para as empresas que investem. O mecanismo permitirá o abatimento de até 50% do valor de máquinas adquiridas até 2025, em apenas dois anos.
Inicialmente, o programa prevê a destinação de R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de equipamentos novos. Apesar do montante, a Abimaq acredita que esse valor poderia ser maior, dada a necessidade de investimentos no país. A entidade aguarda a regulamentação do governo para saber quais setores serão mais beneficiados.
No Rio Grande do Sul, as recentes enchentes devem impactar negativamente as vendas de máquinas e equipamentos em até 5%. Segundo a Abimaq, o estado é responsável por 10% do mercado nacional e poderá sofrer uma redução de até 50% nas vendas locais. A entidade espera que as iniciativas do Plano Safra ajudem a mitigar os impactos das enchentes.
No balanço de abril, o setor de máquinas e equipamentos registrou vendas de R$ 18,4 bilhões, uma queda de 20,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A seca, os juros altos e a redução dos preços das commodities são apontados como fatores que contribuíram para essa redução nas vendas. A Abimaq revisou sua projeção para o fechamento do ano, agora prevendo uma queda de 7% nas receitas, em contraste com a estimativa anterior de alta de 0,6%.