BRASIL – Projeto de lei que permite gestão privada de escolas públicas no Paraná gera protestos e ocupação na Assembleia Legislativa

Na terça-feira (4), a Assembleia Legislativa do estado do Paraná aprovou o projeto de lei do governo que cria o Programa Parceiro da Escola. O projeto, apresentado pelo governador Ratinho Júnior, visa possibilitar a gestão das escolas públicas por entidades privadas especializadas em educação. Após começar a tramitar na semana anterior, a proposta agora aguarda a sanção do governo estadual.

De acordo com o governo, o Programa Parceiro da Escola tem como objetivo aliviar os gestores escolares de responsabilidades administrativas e financeiras, permitindo que foquem nos aspectos pedagógicos da função. A intenção é criar um ambiente propício para o ensino e aprendizagem dos alunos.

No entanto, a iniciativa gerou protestos. Cerca de 200 estudantes ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná por 24 horas em oposição ao projeto. Larissa Souza, estudante e líder do movimento contrário, afirmou que a proposta é vaga e prevê a privatização de 200 escolas públicas do estado ao transferir a gestão administrativa e financeira para a iniciativa privada.

A mobilização contra o projeto contou com cerca de 20 mil pessoas reunidas em frente à Assembleia Legislativa na segunda-feira (3) para tentar retirar a proposta da pauta. Apesar dos esforços, a sessão foi mantida, resultando na ocupação do espaço e posterior reintegração de posse concedida pela Justiça.

A juíza responsável pela decisão ressaltou que os manifestantes não se comportaram pacificamente, representando risco ao patrimônio do local. O projeto aprovado estabelece que a parceria com entidades privadas será possível em todas as instituições da rede estadual de ensino, exceto em locais específicos como ilhas e aldeias indígenas.

Além disso, a gestão dos recursos advindos do governo federal ficará a cargo do presidente da unidade executora própria. Antes da celebração do contrato, a proposta deverá passar por consulta pública na comunidade escolar atendida.

Com a aprovação do projeto, o movimento estudantil planeja conscientizar a comunidade acadêmica dos possíveis riscos da adesão ao programa. A estratégia inclui visitas às 200 escolas para conversar com estudantes e pais, visando barrar a iniciativa. Larissa Souza ressalta a importância da participação dos maiores de 16 anos nesse processo de decisão.

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