A conclusão principal do estudo inédito “Grande Rio sob Disputa: Mapeamento dos Confrontos por Território”, elaborado pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, revela que quase metade dos confrontos mapeados na região envolviam a presença de policiais. A análise abrangeu dados de tiroteios e operações entre os anos de 2017 e 2023, coletados pelo Fogo Cruzado, Geni-UFF, Disque Denúncia e ISP-RJ.
Apesar da média de 17 confrontos por dia na região metropolitana do Rio de Janeiro, mais da metade dos bairros não foram afetados por nenhum tipo de ocorrência. Os bairros afetados, em sua maioria, registraram eventos esporádicos e de baixa intensidade. Maria Isabel destaca a importância de aplicar recursos de forma adequada, levando em consideração as evidências coletadas.
O estudo aponta que a polícia atua de maneira indiscriminada em áreas de baixa intensidade e baixa regularidade de conflitos, o que acaba agravando a violência. A diretora ressalta que a solução para a segurança pública precisa estar embasada na realidade enfrentada, evitando medidas descalibradas que acabam piorando o problema.
Os conflitos na região metropolitana estão concentrados em determinadas áreas, não apenas geograficamente, mas também de acordo com a atuação das forças policiais e dos grupos armados presentes nos territórios. O estudo indica que a polícia intervém mais em áreas dominadas pelo tráfico do que pela milícia, apesar de não apontar que o tráfico seja mais violento que a milícia. O Comando Vermelho é o grupo que mais conquista e perde territórios, enquanto a milícia também usa a força para dominar áreas.
A pesquisa faz parte do projeto Mapa Histórico dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, lançado em 2021, e auxilia na compreensão dos conflitos e da distribuição territorial desses grupos na região.
Portanto, a implementação de políticas públicas eficazes de segurança pública deve se basear em evidências concretas e na análise dos dados reais para combater a violência e proteger a população.