No entanto, apesar dos progressos, ainda persistem desigualdades históricas, como a disparidade salarial entre mestres e doutores do sexo masculino e feminino com a mesma formação acadêmica. Além disso, a proporção de pessoas com essas qualificações na sociedade ainda é considerada baixa.
O estudo aponta que houve uma desconcentração regional dos cursos de mestrado e doutorado entre 1996 e 2021, com uma redução significativa da presença desses cursos no Sudeste. Essa mudança também afetou o mercado de trabalho formal, com um aumento da empregabilidade de mestres e doutores em outras regiões do país.
Um dos principais motivos para essa redistribuição da pós-graduação foi a mobilidade dos profissionais formados, bem como o aumento da formação local, tornando menos relevante a importação de profissionais com mestrado e doutorado. No entanto, o estudo também alerta para a desaceleração do crescimento da pós-graduação nos últimos cinco anos, o que preocupa a comunidade científica.
A remuneração das mulheres tituladas também foi um ponto de destaque no estudo, apontando que, em média, elas recebem salários mais baixos do que os homens com a mesma formação. Apesar disso, as mulheres são maioria na pós-graduação, representando uma participação significativa nos cursos de mestrado e doutorado.
O setor público continua sendo o maior empregador de mestres e doutores, especialmente devido às universidades públicas federais e estaduais. No entanto, houve um aumento na demanda por profissionais qualificados por parte de empresas privadas, que buscam inovação e desenvolvimento tecnológico para aumentar sua competitividade no mercado.
Em resumo, o estudo do CGEE destaca os avanços e desafios da pós-graduação no Brasil, apontando para a importância da formação continuada e da valorização dos profissionais com mestrado e doutorado em diferentes setores da sociedade.