Dom Phillips planejava escrever um livro reportagem intitulado “Como Salvar a Amazônia” e se encontrou com Bruno em Atalaia do Norte para dar início a esse projeto. Bruno, experiente indigenista, havia se licenciado da Funai por discordar das novas diretrizes da política nacional indigenista, atuando como consultor técnico da Univaja. A última vez que foram vistos foi em 5 de junho de 2022, sendo seus corpos encontrados apenas em 15 de junho, após a prisão de suspeitos do crime.
Beatriz Matos relatou o sofrimento da família pela falta de informações durante os dez dias em que estiveram desaparecidos, ressaltando a insegurança vivida nesse período. A morte de Bruno e Dom se tornou um marco na luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação ambiental.
A viúva destacou a importância de esclarecer a falsa ideia de que os povos isolados nunca tiveram contato com não indígenas, explicando que muitos deles optaram por se isolar devido a experiências negativas no passado. Ela ressaltou a necessidade de proteger esses povos, destacando as ações da Funai em terras indígenas habitadas por grupos de recente contato.
Beatriz também enfatizou a importância dos povos indígenas na preservação da floresta amazônica e na mitigação das mudanças climáticas. Ela destacou que a sociedade está começando a reconhecer o valor dessas comunidades para o meio ambiente e defendeu a necessidade de políticas mais efetivas de proteção ambiental e indigenista.
Apesar dos avanços, Beatriz ressaltou que os desafios são constantes e que é essencial fortalecer as políticas ambientais e indigenistas. Ela valorizou o trabalho de pessoas como Bruno, Dom, jornalistas e servidores públicos que atuam na defesa dos territórios indígenas, destacando a importância de manter viva essa causa e conscientizar a sociedade sobre a realidade e importância dos povos indígenas.