A maioria dos conselheiros do CNJ também decidiu manter o afastamento dos desembargadores, que foi determinado pela corregedoria nacional de Justiça. A defesa dos magistrados argumenta que não existem fundamentos mínimos para o afastamento. Os conselheiros que votaram a favor da abertura dos PADs seguiram o relatório do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que recomendou as medidas disciplinares.
O julgamento ocorreu de forma virtual, sem deliberação presencial, e foi marcado por divergências. O presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, votou pelo arquivamento do caso, enquanto Salomão defendeu a abertura dos processos. Após uma breve discussão em sessão ordinária, os processos foram remetidos para julgamento à distância.
Com a abertura dos PADs, os magistrados terão a oportunidade de se defender e uma nova instrução processual será realizada. Os processos contra os magistrados tiveram origem em uma correição extraordinária realizada por Salomão nas unidades judiciais que julgaram os casos da Lava Jato.
O corregedor identificou indícios de diversas irregularidades na condução da operação, como o descumprimento deliberado de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e a autorização de repasse de valores de acordos de delação para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato. As acusações vão desde o descumprimento de decisões do STF até o uso indevido de recursos provenientes de acordos de delação.
Com essa decisão do CNJ, o desfecho dos casos envolvendo esses magistrados promete gerar repercussões significativas dentro do sistema judiciário brasileiro. O desdobramento desses processos administrativos disciplinares certamente será acompanhado de perto por diversos setores da sociedade.