Nascida em Portugal em 1930, a economista mudou-se para o Brasil em 1954, durante a ditadura salazarista. Naturalizou-se brasileira em 1957 e construiu uma carreira sólida influenciada por grandes nomes da economia brasileira, como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel. Sua trajetória incluiu contribuições para o plano de metas do governo Juscelino Kubitschek, estudos sobre substituição de importações e participação na Comissão Econômica para América Latina (Cepal).
Com uma vasta produção acadêmica, Maria da Conceição publicou inúmeros artigos e livros, sendo reconhecida com o Prêmio Jabuti em 1998 na categoria economia. Seu engajamento político também foi marcante, especialmente durante a redemocratização do Brasil, quando atuou como conselheira econômica do PMDB e posteriormente se filiou ao PT, sendo eleita deputada federal entre 1995 e 1999.
Nos últimos anos, a economista ganhou notoriedade entre os jovens pelas redes sociais, compartilhando vídeos de entrevistas e aulas em que abordava questões relacionadas ao desenvolvimento econômico do país, com críticas à política econômica do regime militar e participação na elaboração do Plano Cruzado no governo de José Sarney.
Homenageada pelo BNDES em 2024, Maria da Conceição Tavares foi destacada como uma figura importante na luta pela democracia e pela construção de um projeto nacional de desenvolvimento. Sua influência e contribuições permanecem como um legado para as futuras gerações de economistas e estudiosos. A economista deixa dois filhos, dois netos e um bisneto, além de um imenso legado intelectual e político para o Brasil.