O envio dos relatórios de inspeção que embasaram a abertura do processo disciplinar tem como objetivo possibilitar que a PGR avalie a possibilidade de abrir uma investigação criminal contra os juízes em questão. No âmbito do STF, caberá ao ministro Dias Toffoli a análise do caso, devido a decisões anteriores relacionadas à legalidade de atos da Operação Lava Jato.
No centro das acusações está a juíza Gabriela Hardt, que teria autorizado o repasse de aproximadamente R$ 2 bilhões provenientes de acordos de delação para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato. Essa decisão foi tomada em 2019, quando Gabriela atuava na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela condução dos processos relacionados à Lava Jato. Atualmente, a juíza atua na 23ª Vara Federal em Curitiba.
Já os desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores são acusados de desrespeitar uma decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu os processos contra o ex-juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Os magistrados integravam a 8ª turma do TRF, colegiado que deliberou sobre o caso e afastou Appio de suas funções. O juiz federal Danilo Pereira também participou do julgamento.
Durante o julgamento no CNJ, a defesa de Gabriela Hardt argumentou que a juíza não foi responsável por criar a fundação da Lava Jato nem determinar o destino dos recursos. Quanto aos desembargadores, os advogados afirmaram que os magistrados não desobedeceram à decisão do STF.
O desdobramento desse caso promete gerar bastante repercussão, uma vez que envolve figuras de destaque no cenário da justiça brasileira e na operação considerada uma das maiores investigações contra a corrupção no país. Resta aguardar os desdobramentos e os próximos passos a serem tomados pelo Poder Judiciário diante dessas graves acusações.