De acordo com Fávaro, o governo identificou que a maioria das empresas vencedoras do leilão apresenta fragilidades, ou seja, não possuem a capacidade financeira necessária para operar um volume financeiro tão significativo. As mais de 260 mil toneladas de arroz arrematadas correspondem a 87% das 300 mil toneladas autorizadas pelo governo nesta primeira operação, que contava com mais de R$7 bilhões liberados para a compra de até 1 milhão de toneladas.
O ministro ressaltou a importância de conhecer a capacidade das empresas que participam do leilão, uma vez que se trata de recursos públicos que devem ser geridos com responsabilidade. Nenhum recurso chegou a ser transferido na operação, e um novo edital será divulgado com mudanças nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, porém, ainda não foi definida uma data para o novo leilão.
Além disso, nesta mesma terça-feira, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão devido a suspeitas de conflito de interesse. O diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, é uma indicação direta do secretário. Também foi levantado que a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, tem ligação com empresários próximos a Geller. O ministro Fávaro confirmou a aceitação da demissão do secretário, que alegou não ter tido envolvimento direto na operação do leilão.
Essa decisão do governo de cancelar o leilão e anular a compra das toneladas de arroz importadas reflete a preocupação em garantir a transparência e a segurança jurídica nas operações envolvendo recursos públicos, além de evitar possíveis conflitos de interesse que possam comprometer a lisura dos processos. Novas medidas serão adotadas para garantir a lisura e a eficiência nos próximos leilões que serão realizados pela Conab.