BRASIL – Contas da SuperVia em análise por consultorias financeiras em meio a crise dos trens urbanos do Rio de Janeiro

Em meio à crise envolvendo a Supervia, concessionária responsável pelos trens urbanos no Rio de Janeiro, o Tribunal de Justiça do estado nomeou duas empresas de consultoria financeira para analisar as contas da empresa. A audiência para apresentação do laudo conclusivo está marcada para o dia 27 deste mês, e o documento deverá esclarecer se há de fato risco de falência, como alega a Supervia.

A crise nos trens urbanos não é recente. A Supervia entrou em recuperação judicial em 2021, acumulando prejuízos de R$1,2 bilhão. A empresa atribui a situação aos impactos da pandemia de covid-19, ao congelamento de tarifas e a questões de segurança pública, como o furto de cabos.

O consórcio Gumi, formado por empresas japonesas e controlador da Supervia, já ameaçou devolver a concessão do serviço. Enquanto isso, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) tem aplicado multas à Supervia por descumprimento de contrato e falta de investimentos.

Diante das dificuldades financeiras da Supervia, o governador Cláudio Castro foi intimado pelo TJRJ a prestar esclarecimentos e a apresentar um plano de contingência caso a concessão do serviço fosse devolvida. O governo negou a possibilidade de aporte adicional de recursos e afirmou que precisaria de pelo menos 180 dias para substituir a atual concessionária.

O processo de recuperação judicial da Supervia está sob análise do juiz Vitor Torres, da 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A decisão de nomear as empresas de consultoria foi publicada há duas semanas, visando obter mais clareza contábil-financeira.

Na última terça-feira, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Agetransp apresentou um relatório que aponta a piora na qualidade dos serviços prestados pela Supervia. O tempo médio de viagem em alguns ramais aumentou, assim como as falhas no funcionamento de escadas rolantes e elevadores, resultando em multas que ultrapassam os R$20 milhões.

Em meio a esse cenário complexo, as empresas de consultoria têm a difícil missão de avaliar a situação financeira da Supervia e apontar possíveis soluções para garantir a continuidade dos serviços de transporte público essenciais para a população do Rio de Janeiro.

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