BRASIL – Livro “1964 – Eu Era Criança e Vivi” traz relatos inéditos sobre a ditadura civil e militar no Brasil, lançamento em Brasília e Rio de Janeiro.

Na próxima semana, nas cidades de Brasília e Rio de Janeiro, será lançado o livro “1964 – Eu Era Criança e Vivi”, do Caravana Grupo Editorial. A publicação promete trazer uma nova perspectiva sobre a ditadura civil e militar que ocorreu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985, através dos relatos de pessoas que eram crianças e adolescentes na época da deposição do governo constitucional de João Goulart.

Com 19 depoimentos reunidos, o livro retrata como os atos golpistas foram percebidos pelas crianças e adolescentes da época, além de destacar as consequências imediatas e posteriores para as famílias. Os relatos incluem histórias do cotidiano familiar, como a recomendação de estocar alimentos e manter as luzes de casa apagadas.

Um dos episódios marcantes é mencionado por Luiz Philippe Torelly, que relembra o momento em que seu pai, de forma abrupta, o tirou de uma barbearia em Brasília no início do golpe militar. A Central Telefônica próxima à sua quadra foi ocupada por blindados e ninhos de metralhadora, gerando um clima de tensão que ficou marcado na memória de Torelly.

Além dos relatos mais corriqueiros, o livro também aborda histórias de pessoas que sofreram os horrores da ditadura ou tiveram familiares diretamente impactados pelo regime autoritário. Rita Nardelli, uma das organizadoras da obra, destaca a importância de resgatar essas memórias e compartilhá-las com o público.

O livro inclui o depoimento da jornalista Mônica Maria Rebelo Velloso, que relata o caso de uma prima perseguida pela repressão e que acabou tomando atitudes extremas devido ao trauma vivido. Outros depoimentos revelam como alguns indivíduos lidaram com a censura, chegando a queimar livros considerados “subversivos” para evitar represálias.

O lançamento do livro está agendado para terça-feira (18) em Brasília, na Livraria Sebinho, e na quinta-feira (20) no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A expectativa é que a publicação traga à tona memórias importantes e sensíveis de um período conturbado da história do Brasil, através das vozes daqueles que viveram de perto os desdobramentos da ditadura.

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