BRASIL – Copom decide se corta ou mantém taxa de juros com possibilidade de divisão entre membros e incerteza sobre ciclo de cortes

Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) terá a difícil tarefa de decidir se irá cortar ou manter a taxa básica de juros, a Selic. A recente alta do dólar, da inflação e os juros elevados nos Estados Unidos trouxeram incertezas sobre o desfecho dessa reunião, que pode marcar o fim do ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado.

Nas últimas sete reuniões, o Copom vem reduzindo a taxa Selic, com seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto na última reunião, realizada em maio. O comunicado da reunião passada não trouxe informações sobre os próximos passos do comitê, o que aumentou ainda mais a expectativa do mercado em relação a essa decisão.

De um lado, há analistas que apostam em manutenção da taxa, enquanto outros acreditam em um último corte de 0,25 ponto percentual. O mais recente boletim Focus indica que a Selic deve permanecer em 10,5% ao ano até o final de 2024, sendo que um mês atrás a estimativa era de encerrar o ano em 10%.

Na última reunião do Copom, a divisão entre os diretores do Banco Central ficou evidente. Enquanto alguns indicados pelo governo anterior votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual, outros indicados pelo governo atual optaram por um corte de 0,50 ponto. Coube ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatar a votação e decidir pelo corte de 0,25 ponto.

Além disso, a inflação tem sido uma preocupação constante para o Copom. As expectativas de inflação têm se elevado, e a estimativa para 2024 subiu de 3,8% há quatro semanas para 3,96%. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,46%, com destaque para os alimentos, impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

A Taxa Selic é um instrumento importante para o controle da inflação, e sua decisão de hoje terá reflexos em diversos setores da economia. O mercado aguarda com expectativa o anúncio dessa decisão e as projeções para o cenário econômico nos próximos meses.

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