BRASIL – Queimadas no Pantanal atingem 238 focos em um só dia, indicando aumento alarmante na destruição do bioma nos últimos meses.

O Pantanal, que é considerado a maior área úmida contínua do planeta, apresentou um aumento significativo no número de focos de queimadas registrados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (20). Foram contabilizados 238 focos de incêndio, superando a leve queda observada após o pico de 421 focos ocorrido no último fim de semana, nos dias 14 e 15 de junho.

Nos últimos 12 meses, o bioma do Pantanal já acumula 9.014 ocorrências de queimadas, quase sete vezes mais do que as 1.298 registradas no mesmo período do ano anterior. Destaca-se também a antecipação desse problema, que em anos anteriores só se intensificava a partir de agosto.

Os efeitos do fenômeno El Niño na mudança do clima já estão sendo percebidos no Pantanal, com o volume dos rios que cruzam a região sendo afetado. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai.

Diante desse cenário preocupante, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para ações preventivas e de controle de incêndios e secas. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, informou que a situação mais crítica afeta a região do município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde pela primeira vez o Pantanal está completamente seco no primeiro semestre. Mais de 2 mil brigadistas foram contratados para atuar principalmente no Pantanal e na Amazônia.

Uma pesquisa da rede MapBiomas apontou que o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas nos últimos 39 anos, com 9 milhões de hectares atingidos, representando 59,2% do território dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Corumbá foi o município que mais registrou queimadas no país entre 1985 e 2023.

Diante desse contexto, um pacto firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia prevê ações de prevenção e combate às queimadas, incluindo a suspensão das autorizações de queima até o final do período seco. O Ministério do Meio Ambiente foi procurado para comentar o assunto, mas ainda não se pronunciou.

Esses dados alertam para a gravidade do problema das queimadas no Pantanal e a necessidade de ações efetivas para preservar esse ecossistema único e sua biodiversidade. A situação exige uma resposta urgente das autoridades e da sociedade como um todo.

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