O julgamento teve início ontem (24) e o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, votou a favor da abertura do processo contra o desembargador. A acusação contra Malucelli é de descumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ao suspender decisões do ex-juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em um dos processos da Operação Lava Jato.
Após o voto do relator, o processo foi retirado da sessão virtual, sem previsão para a retomada do julgamento. O desembargador é suspeito de ter ligações pessoais com a família do senador Sergio Moro (União-PR), impedindo-o de analisar o caso de forma imparcial.
No ano passado, Tacla Duran alegou ter sido alvo de perseguição ao não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu. Ele afirmou que foi contatado por pessoas ligadas à campanha de Moro e sua esposa, oferecendo um acordo de delação premiada durante as investigações.
Após a divulgação do depoimento, o senador Sergio Moro declarou não temer qualquer investigação, negando as acusações de Duran e afirmando que são falsas e repetidas desde 2017.
Antes do início do julgamento, a defesa de Marcelo Malucelli assegurou ao CNJ que o magistrado nunca atuou ilegalmente em nenhum processo, incluindo os da Lava Jato. Agora, resta aguardar o desfecho dessa situação delicada que envolve figuras importantes do cenário judiciário brasileiro.