O encontro para decidir quem será o laureado é realizado de forma virtual e conta com a participação de dois representantes do Brasil, dois de Portugal e mais um par de algum país da CPLP. Os membros brasileiros presentes são o escritor Deonísio da Silva e o professor e pesquisador Ranieri Ribas, que estão participando da reunião diretamente da Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro.
Do lado de Portugal, estão presentes as professoras Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus. O país que completa o trio de jurados é Moçambique, representado pelo filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule e pelo professor Francisco Noa.
O anúncio do vencedor será feito assim que houver consenso entre os jurados e a entrega do prêmio, no valor de 100 mil euros, ainda não possui data definida, podendo ocorrer no Brasil ou em Portugal. Esse montante é subsidiado igualmente entre as duas instituições responsáveis pelo Prêmio Camões: o Ministério da Cultura português e a Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura brasileiro.
O diploma entregue ao laureado possui o nome de todos os países de língua portuguesa e é assinado pelos chefes de estado do Brasil e de Portugal. Além desses dois países, integram a CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O Prêmio Camões foi criado em 1988 com o intuito de consagrar um autor de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua. O nome da premiação é uma homenagem a Luís Vaz de Camões, famoso poeta português. O vencedor da edição anterior, em 2023, foi o ensaísta, crítico literário, cronista e tradutor português João Barrento.
Ao longo dos anos, 35 vencedores foram contemplados com o Prêmio Camões, sendo 14 brasileiros, 14 portugueses, três moçambicanos, dois cabo-verdianos, um angolano e um luso-angolano. O mais recente laureado brasileiro foi o escritor mineiro Silviano Santiago em 2022.
Porém, a edição de 2019 foi marcada por uma recusa na entrega do diploma de vencedor. O premiado da 31ª edição era o renomado escritor, cantor e compositor Chico Buarque. No entanto, o então presidente Jair Bolsonaro não cumpriu o protocolo, fazendo com que a láurea só chegasse às mãos de Chico em 2023, com a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chico Buarque expressou sua gratidão pela postura do ex-presidente e reconheceu a atitude gentil de deixar o diploma em branco para a assinatura do presidente Lula.
