A última vez em que a Fitch elevou a nota do Brasil foi em julho do ano passado, passando de BB- para BB. Desde então, a agência tem mantido a nota e a perspectiva, com destaques positivos como a diversificação da economia brasileira, alta renda per capita, finanças externas fortes e resiliência a choques, além de uma baixa parcela da dívida em moeda estrangeira. No entanto, a Fitch ressaltou que a nota do país é limitada pelo fraco crescimento potencial da economia, pela rigidez no Orçamento do governo e pela dívida pública crescente e elevada.
A agência também destacou a importância da continuidade das reformas em despesas obrigatórias para reduzir o déficit público, mesmo após a aprovação do novo arcabouço fiscal. A incerteza em relação à redução dos déficits orçamentários foi apontada como uma fonte de vulnerabilidade macroeconômica, com possíveis impactos negativos na confiança do mercado e na política monetária.
Para o ano corrente, a Fitch projeta um déficit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A agência ressaltou que, sem arrecadações extraordinárias previstas para este ano, as perspectivas fiscais a partir de 2025 se tornam menos claras, com a necessidade de compressão das despesas discricionárias para cumprir o limite máximo de despesas.
A Fitch Ratings atribui notas de risco de crédito e grau de investimento a produtos financeiros de empresas e governos em todo o mundo. A nota de um país varia de especulativo a investimento, sendo o Brasil atualmente classificado como grau especulativo. A Fitch é uma das principais agências internacionais que avaliam a dívida pública brasileira, juntamente com a S&P Global e a Moody’s. Em dezembro do ano passado, a S&P Global elevou a nota do Brasil, enquanto a Moody’s mantém o país dois níveis abaixo do grau de investimento desde 2016.