BRASIL – Uso de dinheiro em papel persiste em feira do Rio de Janeiro, apesar do avanço dos pagamentos eletrônicos.

Na movimentada feira do Largo do Machado, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a adesão aos meios de pagamento eletrônico ainda não é um consenso entre os consumidores. Apesar do avanço tecnológico e da praticidade oferecida por aplicativos como o Pix, muitos ainda optam por pagar suas compras com dinheiro em espécie, evitando possíveis taxas cobradas pelas maquininhas de cartão ou a complexidade de realizar transações online.

Em um bate-papo com a servidora pública Renata Moreira, de 47 anos, percebe-se a dualidade na preferência de pagamento. Renata explica sua situação em que teve que sacar dinheiro no banco devido a um aumento no preço das frutas devido à taxa de cartão e relata a dificuldade de usar o Pix em locais de risco. Ela destaca que, apesar de utilizar o Pix e o cartão de débito com frequência, ainda prefere ter dinheiro em mãos em alguns lugares estratégicos.

Os dados do Banco Central revelam que, mesmo após 30 anos da criação do real, o papel-moeda ainda circula de forma expressiva na economia brasileira, representando 3,13% do Produto Interno Bruto (PIB). Durante a pandemia de covid-19, houve um aumento temporário na circulação de cédulas e moedas devido à criação do auxílio emergencial, chegando a 5% do PIB em 2020.

Por outro lado, o sistema de transferências instantâneas Pix trouxe uma nova dinâmica para o mercado financeiro, movimentando bilhões de reais e favorecendo a inclusão financeira da população. Com a criação de modalidades como o Pix saque e o Pix troco, o Banco Central busca atender a demanda daqueles que ainda prezam pelo dinheiro em espécie, especialmente em regiões com pouca cobertura bancária.

Apesar dos benefícios trazidos pelos meios eletrônicos de pagamento, a professora de economia da Fundação Getulio Vargas, Virene Matesco, alerta para os riscos associados, como o aumento do endividamento da população. A tecnologia avança rapidamente, proporcionando maior agilidade nas transações, mas também demandando cautela em relação ao controle financeiro pessoal.

A feira do Largo do Machado é um reflexo da diversidade de preferências de pagamento dos consumidores brasileiros, mostrando que, apesar do avanço tecnológico, o dinheiro em espécie ainda tem seu espaço garantido. A coexistência entre meios de pagamento tradicionais e eletrônicos é um reflexo da realidade econômica do país, marcada pela diversidade e pela busca constante por soluções financeiras que atendam às necessidades de todos os cidadãos.

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