Essa área afetada superou até mesmo a média histórica de setembro, quando o bioma costuma queimar cerca de 406 mil hectares. No acumulado de 2024, o total de áreas atingidas chegou a 712.075 hectares, correspondendo a 4,72% do Pantanal. Esses números alarmantes levaram o governo federal a criar uma sala de situação para lidar com a crise ambiental, que já se reuniu três vezes desde sua criação.
Durante uma entrevista coletiva, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apontou as ações humanas como principal causa do problema. De acordo com ela, a propagação dos incêndios é favorecida por áreas desmatadas e focos de fogo gerados pela atividade humana. A Polícia Federal está investigando a autoria de pelo menos 18 incêndios na região.
Os boletins divulgados pelo governo também apontam para a dificuldade no controle dos incêndios, devido a fatores climáticos como temperatura, chuva, umidade e vento. A situação é considerada a pior desde 2023, com extremos climáticos que causaram a seca mais grave dos últimos 70 anos. Cerca de 85,22% da área queimada está em propriedades privadas, enquanto as terras indígenas representam 7,07% do total afetado.
Atualmente, as ações de combate ao fogo contam com 34 frentes de atuação, com mais de 500 pessoas mobilizadas entre os governos federal e estadual de Mato Grosso do Sul. O governo federal tem empreendido esforços desde o início do ano, com ações de planejamento, aquisição de equipamentos e mobilização de brigadistas. No mês de abril, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima já havia declarado emergência ambiental no Pantanal como medida preventiva.