O Mapa de Gestão de Lideranças (MGL) analisou 57 secretarias estaduais e constatou que apenas 6% delas alcançaram níveis considerados de referência, com pontuação igual ou maior que 70, e avançado, com pontuação entre 70 e 50 pontos, em termos de boas práticas de gestão de pessoas em cargos de liderança do segundo e terceiro escalões. O estudo também mostrou que 17% das secretarias estão no nível intermediário, com pontuação entre 30 e 50 pontos.
Os responsáveis pela pesquisa destacaram que o objetivo do mapeamento foi diagnosticar capacidades, práticas estatais e potencialidades a serem exploradas pelos governos na profissionalização de seus quadros de dirigentes. O MGL buscou identificar boas práticas de gestão de pessoas no alto escalão dos governos estaduais, como gerentes, diretores e superintendentes, que desempenham papel fundamental na administração pública.
No entanto, o estudo apontou uma lacuna entre o modelo referencial e a realidade dos estados brasileiros, especialmente no que diz respeito à diversidade de gênero e racial nas lideranças públicas. O diretor de Conhecimento, Dados e Pesquisa da Fundação Lemann, Daniel de Bonis, ressaltou a importância de avançar nesse aspecto e implementar ações que estimulem a diversidade e o desenvolvimento de líderes nos governos estaduais.
Segundo Bonis, a qualificação e o engajamento dos servidores e suas lideranças são essenciais para um serviço público de qualidade, que contribua para o desenvolvimento do país. Ele destacou a importância de programas robustos de desempenho e desenvolvimento de líderes nas gestões públicas.
Os realizadores da pesquisa observaram que, no Brasil, a seleção dos dirigentes públicos ainda é pautada principalmente por critérios políticos, com pouca ênfase em processos que garantam as competências necessárias para um bom desempenho na liderança pública. O professor do Insper e coordenador acadêmico do MGL, Gustavo Tavares, enfatizou a relevância de processos que assegurem que os ocupantes de cargos de direção tenham as competências e incentivos adequados para atingir um alto desempenho.
Tavares ressaltou que o MGL visa disseminar boas práticas de gestão de pessoas no alto escalão, inspirado por casos de sucesso internacionais, com o objetivo de profissionalizar a alta direção no setor público. Conforme o estudo, é fundamental investir na qualificação e no desenvolvimento das lideranças públicas para garantir a eficiência e a entrega dos órgãos públicos.