BRASIL – Estudo aponta que 77% das secretarias estaduais estão abaixo do ideal em gestão de lideranças públicas, revela pesquisa do Insper.

Um estudo realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper em parceria com a Vamos, uma aliança entre a Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org, revelou que a gestão de políticas para lideranças públicas em secretarias estaduais de Educação, Saúde e Gestão está aquém do ideal. De acordo com o estudo, 77% dessas secretarias apresentam níveis de gestão considerados abaixo do ideal, com pontuações entre 10 e 30 pontos, sendo que em alguns casos a pontuação é inferior a 10 pontos.

O Mapa de Gestão de Lideranças (MGL) analisou 57 secretarias estaduais e constatou que apenas 6% delas alcançaram níveis considerados de referência, com pontuação igual ou maior que 70, e avançado, com pontuação entre 70 e 50 pontos, em termos de boas práticas de gestão de pessoas em cargos de liderança do segundo e terceiro escalões. O estudo também mostrou que 17% das secretarias estão no nível intermediário, com pontuação entre 30 e 50 pontos.

Os responsáveis pela pesquisa destacaram que o objetivo do mapeamento foi diagnosticar capacidades, práticas estatais e potencialidades a serem exploradas pelos governos na profissionalização de seus quadros de dirigentes. O MGL buscou identificar boas práticas de gestão de pessoas no alto escalão dos governos estaduais, como gerentes, diretores e superintendentes, que desempenham papel fundamental na administração pública.

No entanto, o estudo apontou uma lacuna entre o modelo referencial e a realidade dos estados brasileiros, especialmente no que diz respeito à diversidade de gênero e racial nas lideranças públicas. O diretor de Conhecimento, Dados e Pesquisa da Fundação Lemann, Daniel de Bonis, ressaltou a importância de avançar nesse aspecto e implementar ações que estimulem a diversidade e o desenvolvimento de líderes nos governos estaduais.

Segundo Bonis, a qualificação e o engajamento dos servidores e suas lideranças são essenciais para um serviço público de qualidade, que contribua para o desenvolvimento do país. Ele destacou a importância de programas robustos de desempenho e desenvolvimento de líderes nas gestões públicas.

Os realizadores da pesquisa observaram que, no Brasil, a seleção dos dirigentes públicos ainda é pautada principalmente por critérios políticos, com pouca ênfase em processos que garantam as competências necessárias para um bom desempenho na liderança pública. O professor do Insper e coordenador acadêmico do MGL, Gustavo Tavares, enfatizou a relevância de processos que assegurem que os ocupantes de cargos de direção tenham as competências e incentivos adequados para atingir um alto desempenho.

Tavares ressaltou que o MGL visa disseminar boas práticas de gestão de pessoas no alto escalão, inspirado por casos de sucesso internacionais, com o objetivo de profissionalizar a alta direção no setor público. Conforme o estudo, é fundamental investir na qualificação e no desenvolvimento das lideranças públicas para garantir a eficiência e a entrega dos órgãos públicos.

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