Segundo as informações contidas no relatório, parte das joias desviadas estavam armazenadas em lojas nos Estados Unidos, aguardando potenciais compradores. No entanto, essas joias teriam sido resgatadas de forma urgente e enviadas de volta ao Brasil após a divulgação de matérias jornalísticas que alertavam sobre a investigação da PF em relação ao esquema de venda ilegal dos itens, além da determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para a devolução dos bens, em março de 2023.
Os investigadores conseguiram rastrear pelo menos três conjuntos de joias que foram resgatados nessa operação. Destaque para um kit masculino da marca Chopard, retirado da loja Fortuna Auctions, localizada em Nova Iorque. Além disso, um segundo kit, que incluía um relógio Rolex de ouro branco, foi encontrado em um estabelecimento em Miami e retirado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. O terceiro conjunto de esculturas, presenteadas por autoridades do Bahrein, estava na residência do pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército, localizado nos Estados Unidos.
No entanto, uma peça crucial, um relógio da marca Patek Philippe, ainda encontra-se desaparecido, o que levanta mais questionamentos sobre o destino final dessas valiosas joias. A PF ainda revelou que Mauro Cesar Lourena Cid seria o responsável por receber, em nome e benefício de Jair Bolsonaro, os recursos provenientes da venda desses bens, sendo que tais valores eram repassados diretamente ao ex-presidente, em espécie, evitando os mecanismos de controle e fiscalização habituais.
Diante de tais revelações, a Agência Brasil buscou contato com a defesa de Jair Bolsonaro, buscando as devidas respostas e esclarecimentos sobre as acusações e evidências apresentadas no relatório da PF. Assim, esse escândalo tem potencial para repercutir de maneira significativa no mundo político e judicial do Brasil, trazendo à tona questões sérias sobre a conduta de autoridades e aliados do ex-presidente.