O MPF argumenta que a construção de dois edifícios com 30 andares e 90 metros de altura cada pode comprometer a integridade paisagística e histórica do sítio arqueológico do Cais do Valongo. O local foi reconhecido pela Unesco como patrimônio mundial por sua importância histórica na chegada de africanos escravizados ao continente americano. Para o MPF, os projetos podem impactar negativamente a ambiência e visibilidade desse bem tombado.
A recomendação do MPF destaca a necessidade de avaliações detalhadas de impacto patrimonial antes de qualquer aprovação formal de construção na área. O órgão solicita que o Iphan e a prefeitura indefiram os projetos imobiliários e se abstenham de aprovar qualquer intervenção na área sem a devida aprovação dos órgãos competentes de preservação do patrimônio.
A empresa responsável pelo projeto, Cury Construtora e Incorporadora S/A, afirma que se trata apenas de um estudo para um empreendimento residencial com 24 pavimentos e que todos os estudos arqueológicos necessários foram realizados. A empresa diz que avaliará as recomendações do MPF antes de decidir se continuará com o projeto.
Até o momento, o Iphan e a Procuradoria-Geral do Município do Rio de Janeiro ainda não se manifestaram sobre a recomendação do MPF. A decisão final sobre a suspensão ou continuidade dos projetos imobiliários ainda está em aberto, e a preservação do patrimônio histórico e cultural da região do Cais do Valongo permanece como tema central nesse debate.