João Pedro, que tinha apenas 14 anos na época, foi atingido por um tiro nas costas dentro da casa de um parente durante uma operação policial na comunidade do Salgueiro. A morte do adolescente desarmado chocou a população e gerou grande comoção. A Anistia Internacional ressaltou que a família de João Pedro espera há quatro anos por justiça e a absolvição dos agentes acusados de homicídio qualificado e fraude processual é inadmissível.
A organização não governamental fez questão de ressaltar que a demora na responsabilização dos agentes e na realização do julgamento é mais uma forma de violência contra a memória das vítimas e suas famílias. O Ministério Público denunciou os policiais civis mais de um ano após o ocorrido e as audiências só aconteceram dois anos depois do assassinato. A decisão de absolver os réus foi proferida quatro anos após a morte de João Pedro, gerando ainda mais indignação.
A juíza responsável pela absolvição justificou sua decisão afirmando a inexistência de materialidade delitiva por parte dos agentes. No entanto, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, representando a família de João Pedro, afirmou que entrará com um recurso de apelação contra a sentença. A Defensoria questiona a tese da legítima defesa adotada pela juíza, alegando que a prova técnica e testemunhal produzida no processo não foi devidamente considerada.
A decisão da juíza vem sendo criticada por não observar devidamente a gravidade do crime e por desconsiderar a necessidade de julgamento pelo júri popular. A comunidade e os movimentos de direitos humanos exigem justiça e responsabilização dos agentes envolvidos na morte do jovem João Pedro, reiterando a luta contra a impunidade e a violência policial nas favelas do Rio de Janeiro.