A onda de generosidade e apoio às vítimas das enchentes impulsionou o comércio gaúcho, fazendo com que o estado se destacasse entre os oito estados com crescimento acima da média nacional. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, atribui esse resultado ao aumento nas compras de itens para doação e à procura intensificada nos mercados.
“A corrida aos mercados para garantir suprimentos em meio à possibilidade de desabastecimento contribuiu significativamente para o desempenho do comércio no estado”, afirmou Santos.
As inundações que devastaram o Rio Grande do Sul no final de abril e início de maio resultaram em mais de 180 mortes e causaram sérios danos à economia local. O fechamento de fábricas, destruição de rodovias e o impacto nas cadeias logísticas afetaram diretamente o funcionamento do comércio, tornando as doações e compras emergenciais ainda mais essenciais.
Além do segmento de hiper e supermercados que registrou um aumento significativo devido às compras emergenciais, atividades como tecidos, vestuário, calçados, móveis e eletrodomésticos também impulsionaram as vendas do comércio gaúcho.
É importante ressaltar que o aumento nas vendas não foi apenas resultado da inflação, mas sim do aumento tanto em receita quanto em volume. O impacto das doações também foi sentido em outros estados, onde produtos foram adquiridos e enviados para as áreas afetadas. No entanto, esses efeitos não foram tão evidentes quanto no Rio Grande do Sul.
Além disso, o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria também registrou um aumento nas vendas em maio, contribuindo para o crescimento do comércio no estado durante esse período desafiador. A solidariedade e a união da população diante das adversidades demonstraram, mais uma vez, a força e a resiliência do povo gaúcho.