No dia 5 de julho, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), anunciou pela terceira vez o projeto de implantação de um Bus Rapid Transit (BRT) na cidade, apresentando a proposta como uma grande novidade. No entanto, o anúncio se limitou a gráficos, um vídeo institucional e discursos carregados de adjetivos.
Para que o BRT de Maceió se torne realidade, várias etapas burocráticas ainda precisam ser superadas. Até o momento, nenhum documento oficial foi publicado no Diário Oficial do Município referente à “maior obra de mobilidade urbana da história”, exceto pela criação de uma comissão na DMTT. No Portal da Transparência, não há registros de aviso, chamamento, edital ou contrato relacionado à elaboração do projeto executivo.
A administração do prefeito JHC não definiu várias questões,, como: Data para a realização de audiência pública; Aprovação do Plano de Mobilidade Urbana de Maceió; Envio do projeto de lei para a Câmara Municipal de Vereadores; Apresentação do projeto executivo; Publicação do edital de licitação; Início e término da obra; e Empresas responsáveis pela concessão.
Apesar da falta de informações concretas, JHC publicou um vídeo nas redes sociais explicando o funcionamento do projeto, que ainda não passou de uma promessa. “Entre uma agenda e outra, tô aqui respondendo as dúvidas de vocês sobre o BRT Maceió. Essa é a maior obra de mobilidade da nossa cidade! Hoje vou explicar como vai ficar a integração das ciclovias!”, disse o prefeito. A reação foi imediata, com elogios de seguidores, mas também críticas severas sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores de Maceió que dependem do transporte público.
“Por favor, reveja a questão da integração dos ônibus. Retiraram os ônibus do Pontal, e agora a única opção que eu tinha para pegar dentro da UFAL e ir até o Trapiche foi retirada também. Agora irei precisar de três ônibus para conseguir chegar no Pontal da Barra. Tudo isso após às 22h30. Irei ficar vulnerável na rua sem necessidade, onde antes pegava um ônibus da UFAL direto para o Pontal”, comentou a internauta Beatriz no Instagram do prefeito.
“Admiro suas decisões, mas nesta situação vejo um total descaso com a população e principalmente com os estudantes que estudam à noite. Exceto se colocar policiamento nos pontos de ônibus.”, continuou Beatriz. Outra internauta, Clara Tenório, concordou com Beatriz e destacou a insatisfação da maioria dos estudantes. “90% dos estudantes não concordam com essa nova linha circular que vai começar a ser operada a partir de segunda-feira. Não acho justo, pois só uma demanda de linha atenderia todos os estudantes, sem contar que ainda precisaríamos ir até a rua para pegar outro ônibus”, afirmou.
Enquanto isso, muitos outros usuários continuam pedindo ao prefeito JHC que reveja a decisão, solicitando uma solução que não comprometa a segurança e a conveniência dos estudantes e demais usuários do transporte público.