BRASIL – Eleições na Venezuela: Pesquisas divergem sobre resultado do pleito presidencial entre Maduro e Edmundo González Urrutia.

As eleições presidenciais na Venezuela estão marcadas para o próximo domingo (28) e as pesquisas eleitorais divergem em relação ao resultado do pleito. Enquanto alguns levantamentos indicam que o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, está à frente com uma margem confortável, outros apontam a reeleição do atual presidente Nicolás Maduro.

Institutos renomados, como Datincorp, Delphos e Meganálisis, projetam a vitória de Edmundo, que lidera a Mesa da Unidade Democrática (MUD) e conta com o apoio da política María Corina Machado. Por outro lado, pesquisas do Centro de Medição e Interpretação de Dados Estatísticos (Cmide), do Hinterlaces e do Internacional Consulting Services (ICS) indicam que Maduro deve garantir um terceiro mandato.

O sociólogo e economista político venezuelano, Luis Salas, destacou que historicamente as pesquisas eleitorais favorecem o voto opositor no país. Segundo ele, essa tendência de sobrevalorizar o voto da oposição persiste desde os governos de Chávez e Maduro. Já a especialista Carmen Beatriz Fernández alertou para os problemas na medição de votos na Venezuela, ressaltando a volatilidade do eleitorado e falhas metodológicas.

A Venezuela, detentora da maior reserva de petróleo do mundo, vive um cenário político conturbado com a crise econômica e desafios enfrentados pelo governo Maduro. Desde 2017, o país sofre um bloqueio financeiro e comercial de várias potências, o que agravou a situação econômica, resultando em hiperinflação e migração em massa da população.

Apesar de uma aparente recuperação econômica desde 2021, os salários ainda são baixos e os serviços públicos seguem deteriorados. A flexibilização do embargo econômico e um acordo entre oposição e governo para as eleições deste ano trouxeram um novo cenário, porém denúncias de prisões de opositores e incertezas sobre o respeito ao resultado eleitoral colocam em dúvida a estabilidade política após as eleições.

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