A indignação de Jackeline Oliveira foi clara ao descrever o episódio como atos discriminatórios para diminuir as pessoas pretas ali presentes. Para ela, não se tratava de uma simples brincadeira, mas sim de gestos que visavam menosprezar a cultura negra. O constrangimento e a vergonha foram sentimentos compartilhados por ela e diversas outras pessoas que presenciaram a situação na roda de samba, que contava com cerca de 60 participantes.
A jornalista decidiu gravar o vídeo como forma de prova e posteriormente compartilhá-lo nas redes sociais. A repercussão foi grande e Jackeline optou por transformar a postagem em uma denúncia formal, visando inibir possíveis atos criminosos semelhantes no futuro. A produção do evento também se manifestou, classificando a cena como inaceitável.
O caso foi registrado pela Decradi, e as investigações estão em andamento para identificar e intimar os autores a prestarem esclarecimentos. Aumentando ainda mais a gravidade do episódio, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou um aumento de 127,6% nos casos de racismo no Brasil em 2023 em relação ao ano anterior, com destaque para estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro.
O racismo é um problema global, mas a atitude dos envolvidos no episódio ocorrido na roda de samba Pé de Teresa mostra como a intolerância racial pode se manifestar de maneira tão explícita e desrespeitosa em um espaço público. É fundamental que a polícia investigue e responsabilize os autores, reforçando a importância do combate diário ao racismo em todas as esferas da sociedade. A conscientização e a mobilização são fundamentais para coibir atos preconceituosos e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
O produtor do evento, Wanderso Luna, manifestou-se ao lado da jornalista Jackeline Oliveira e também registrou a ocorrência na Decradi. O grupo pretende promover campanhas de conscientização nas rodas de samba contra o racismo, mostrando que atitudes discriminatórias como aquela não serão toleradas. Além disso, Luna destacou a necessidade de repensar símbolos históricos, como a estátua do Imperador Dom Pedro I na Praça Tiradentes, como forma de combater raízes profundas do racismo que permeiam a sociedade brasileira.
