Apesar da análise apontar sinais de desaceleração no crescimento ou início de queda nas hospitalizações por VSR e influenza A em alguns estados do centro-sul, ainda há um aumento de casos do vírus influenza, VSR e rinovírus, especialmente entre idosos e crianças em algumas regiões do Sul e Sudeste.
O boletim também evidenciou que em alguns estados do Norte há um aumento contínuo de casos de VSR e rinovírus na população de até 2 anos de idade.
A pesquisa indicou uma diminuição da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) a longo prazo nos estados do Acre, Bahia, Minas Gerais e Roraima, porém cinco capitais ainda apresentam um crescimento da SRAG: Boa Vista, Fortaleza, Rio Branco, Salvador e São Luís.
Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, destacou que o cenário atual da SRAG no país é resultado principalmente dos vírus VSR, influenza A e rinovírus, com o vírus influenza A ainda em crescimento, principalmente em idosos nas regiões Sul e Sudeste.
Em relação à covid-19, há um aumento da circulação entre os idosos em alguns estados do Nordeste e no Amazonas, mas os números ainda estão baixos em comparação ao histórico de circulação do vírus. Alguns estados já observaram um leve aumento nas internações por SRAG em idosos devido à covid-19.
O destaque de óbitos por SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante em crianças pequenas e idosos, com a presença do vírus da gripe influenza A e da covid-19. Entre a população de 5 a 64 anos, o vírus influenza A é o mais dominante nos óbitos recentes.
Diante desse cenário, é fundamental que hospitais e unidades sentinelas de síndrome gripal das regiões Norte e Nordeste estejam atentos a qualquer aumento significativo na circulação do vírus, conforme alerta Tatiana Portella.