A manutenção da taxa de juros ocorre após o Copom interromper o ciclo de cortes iniciado há quase um ano. De agosto do ano passado até março deste ano, os juros básicos foram reduzidos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, houve um corte de 0,25 ponto percentual. A decisão atual foi motivada pelo ambiente adverso no cenário externo e pelo dinamismo observado nos indicadores de atividade econômica e mercado de trabalho doméstico.
O Copom ressaltou em nota que a manutenção da taxa de juros visa consolidar o processo de desinflação e garantir a ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação. O Comitê destacou a necessidade de cautela diante do cenário global incerto e da resiliência da atividade econômica no país.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação oficial, medida pelo IPCA. Em junho, o IPCA teve uma alta de 0,21%, ficando abaixo da taxa registrada no mês anterior. No acumulado do ano, a inflação foi de 2,48%, e nos últimos 12 meses, a taxa atingiu 4,23%.
Para 2024, o Conselho Monetário Nacional definiu a meta de inflação em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. De acordo com projeções do Banco Central e do boletim Focus, a inflação oficial deve encerrar o ano próximo de 4%.
Portanto, a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 10,5% ao ano reflete a preocupação em garantir a estabilidade da economia e alcançar as metas estabelecidas para a inflação no Brasil.
